quinta-feira, 14 de junho de 2012

A Parábola dos poços...

"Era o país dos poços. Qualquer visitante que chegasse, enxergaria somente poços grandes, pequenos, feios, lindos, ricos e pobres...
 Os poços falavam entre si, mas à distância, porque havia terra seca entre um poço e outro. Na realidade, quem falava era a boca do poço, ao nível da terra. E
como a boca era oca, o poço dava a sensação de vazio, angústia, criando eco...Havia poçoscom bocas muito largas, permitindo receber um monte de coisas inúteis. Quando estas passavam de moda, era só mudar para outras, também inúteis e passageiras...E as bocas continuavam vazias, ressequidas e sedentas, bem como a terra ao seu redor.
E NO FUNDO...O POÇO NÃO ESTAVA CONTENTE! E por falar em fundo:
Bem, a maioria dos poços, entre as frestas deixadas pelas coisas, permitia de vez em quando, sentir entre os dedos algo diferente: eram momentos em que percebia água no fundo. Dinte desta sensação tão rara, alguns tinham medo e procuravam evitar o contato com o fundo. Outros, porque tinham coisas demais, abarrotavam a boca, esqueciam logo a sensação do profundo, e se ocupavam novamente com a superficie...Mas, nesta superfície, às vezes algum poço falava desta experiência diferente.Até que houve um poço que, olhando bem para o seu interior, entusiasmou-se e quiz continuar. Como as coisas que abarrotavam sua boca o incomodassem, procurou libertar-se delas, lançando-as corajosamente para longe. E o silêncio chegou! E ele começou a ouvir o borbulhar da água lá no fundo e sentiu uma paz profunda, viva e duradoura, refrescante e salutar...E este poço descobriu que sua razão de ser era esta: a vida se encontra na profundidade de sim mesmo e não na multidão de coisas que se acumulam em sua boca. E SE TORNAVA MAIS POÇO QUANTO MAIS PROFUNDAMENTE TINHA! Feliz com a descoberta, procurou tirar água do seu interior, e a água, ao sair, refrescou a terra seca ao seu redor e tornou-se fértil e boa, e as flores começaram a brotar...A notícia se espalhou, e as reações foram diversas: uns se mostraram incrédulos, outros sentiram o impulso por também fazer a experiência do profundo de si mesmo. Mas muitos desprezaram a novidade, muito difícil. Era mais fácil deixar tudo como estava...Sem dúvidas, alguns resolveram fazer a experiência e começaram a libertar-se dos objetos inúteis que abarrotavam su boca: igualmente encontraram água em seu interior. A partir de então, as surpresas aconteceram: por mais água que se retirasse para regar ao redor, o poço não se esvaziava! E aprofundando ainda mais, descobriram que:ELES ESTAVAM UNIDOS ENTRE SI POR ALGO COMUM: A ÁGUA ERA A MESMA! E começou uma comunicação profunda porque as paredes dos poços deixaram de ser limites... Mas, a descoberta mais sensacional veio depois: A ÁGUA QUE LHES DAVA VIDA VINHA DE UM MESMO LUGAR: O MANANCIAL... O manancial estava bastante longe: na montanha que dominava o País dos Poços. Lá estava ela: MAGESTOSA, SERENA, PACÍFICA! E com um segredo da vida em seu interior. A montanha estava sempre lá. Algumas vezes visível entre as núvens: outras vezes radiante de esplendor... O manancial não havia sido descorberto antes porque os poços preocupavam-se apenas com sua superfície. A partir da nova descoberta, esforçavam-se por aumentar seu interior, crescendo em profundidade, para que o manancia chegasse mais facilmente...A ÁGUA QUE TIRAVAM DELES TORNOU A TERRA MAIS BELA! Enquanto isso, lá fora, os que não faziam a experiência do profundo, continuram a aumentar sua boca, procurando futilidades...
 (Adaptado de "Convivência Cristã", de A.Botana e tratuzido por Irmão Silvino Fritzen, FSC)


Agora umas perguntinhas:
*Como é minha visão para dentro do meu poço? consigo ver a profundidade?
*Que coisas estão se acumulando na superfície do meu poço? Estou disposta a tirar?
*Que sentimentos eu tenho agora para iniciar este novo tempo da minha vida.
 Deus nos abençoe!!