quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O Despertar da Natureza...

"Tagore descreve sua vivência como um despertar. Ele expressa algo que diz respeito a todos nós: muitas vezes estamos dormindo e nem percebemos o que está acontecendo em torno de nós. Não percebemos a beleza. Não percebemos a felicidade que está ao alcance de nossa mão. Procuramo-la em outros lugares, em nossos sonhos, em ilusões que criamos. A condição para experimentar prazer é DESPERTAR. Somente quem abre os olhos é capaz de perceber o que existe. Quem desperta é como Tagore, que sente que viveu, até então, como num cárcere. Em um de seus poemas mais belos, que também é uma oração, Tagore pede que Deus rompa o cárcere, para que ele possa ouvir os passarinhos cantar e sentir o raio de sol em seu corpo:
Tão grande é minha felicidade, tão profundo o prazer, estou encantado pela vida. Minha vida despertou hoje, não sei por que; De longe escuto as canções do mar a murmurar. Ai, insensível e terrível está todo o meu corpo. Rompe o cárcere, golpe por golpe. Quão maravilhosamente cantam hoje os passarinhos.
UM RAIO DE SOL ME TOCA.

Desfrute da velhice...


"Há pouco espaço entre o tempo em que somos jovens demais e quando somos velhos demais", diz Charles de Montesquieu. Uma frase sábia. Eu mesmo estou ficando mais velha e estou desfrutando desse tempo. Não choro por minha juventude. Passou. Foi bela. Mas não gostaria de voltar a ser jovem. A velhice não me assusta. Estou curiosa para saber o que vai se desenvolver dentro de mim e quais as minhas experiências nos próximos anos.
Mas para muitas pessoas, tudo é diferente. Quando são jovens, querem rapidamente ser adultos. Querem ter sua própria palavra e querem mudar o mundo. Mas depois tem medo de fazer 30 anos porque temem que o espaço de tempo na flor de sua juventude seja curto demais. Ou tem medo de comemorar o quadragésimo aniversário: precisariam se despedir definitivamente de sua juventude. O aniversário dos 50 anos é pior ainda. Em vez de desfrutar da plenitude da vida, choram pelo tempo perdido. Pessoas desse tipo nunca vivem no tempo presente. Não são capazes de desfrutar do mistério de cada tempo particular,porque são sempre jovens demais ou velhas demais, nunca satisfeitas com a idade que tem naquele momento. Pessoas desse tipo terão de confessar algum dia que nunca viveram verdadeiramente. Sempre eram jovens demais ou velhas demais. Nunca estavam adequadas. Nunca desfrutaram do momento presente. Cada tempo é bom, cada idade é boa. Mas não devo comparar minha idade com outros tempos.
Quando vivo inteiramente no momento presente, revela-se para mim o mistério da minha idade atual concreta. E percebo a chance de estar presente, agora, e de VIVER.