quarta-feira, 9 de maio de 2012

"Os irmãos e os pais nos são dados; Os amigos nós escolhemos..."

A amizade é um dom dos mais belos  ralacionamentos que um ser humano pode manter.
É um presente, uma sorte, ter amigos. É certo que a palavra "amizade", como a palavra "amor", está muito gasta; seu significado está um pouco banalizado. Qualquer relacionamento é chamado de amizade. Mas, nós não podemos, por isso, renunciar a ela, mas, insistir nela para que recupere seu significado autêntico. Amizade é amor, um modo de amar. De acordo com Santo Tomás, é a forma mais sublime de amor. Como todo amor, leva a união de corações, à intimidade; Um amigo deve ser um outro eu. Uma verdadeira amizade quer sempre o bem para o amigo. Mas, a amizade não consiste apenas em querer bem e em fazer o bem; Ela procura uma relação íntima e permanente. Posso e devo fazer o bem a quem eu encontro no caminho, como o bom samaritano; mas não se exige que se estabeleça uma relação de amizade. É permanente porque deve ser do fundo do coração. É preciso ver as diferenças entre um amor fraterno e um amor de amizade. A comunidade como realidade baseada no amor fraterno e no serviço mútuo, constitui o critério mais determinante para avaliar a resposta à vocação. As crises comunitárias são as crises mais graves da vocação. A felicidade dentro da comunidade é a que faz a pessoa se sentir feliz na vocação. Daí parte uma satisfação na atividade pastoral, ou no relacionamento íntimo com Deus na oração. Jesus esco lheu os discípulos, eles não "o escolheram". Nem os discípulos escolheram uns aos outros, embora alguns deles deva ter convidado o outro a se aproximar de Jesus. É lógico que a amizade não acontece entre todos os membros da comunidade, e sim, mais profunda com alguns, mas a vantagem imediata da relação de amizade é elevar a qualidade do amor. Daí se torna mais puro mais espontâneo.
Os amigos são sempre poucos, e os amigos necessitados com os quais é preciso fazer o trabalho de ajuda são muitos. Esse exercício que há de ser de amar e que se expressa nas chamadas obras de misercicórdia não é necessáriamente  de amizade. Costuma-se usar o termo caridade e se fala em fazer caridade. Sendo assim, a caridade reduzida à esmola é muito imperfeita. A caridade autêntica não dá o que se tem, mas o que se é. Resolvi escrever sobre isso porque ouvi vários podcast de um Padre que amo muito e que foram mravilhosos e que me ajudaram muito a descobrir a verdadeira amizade...