terça-feira, 9 de março de 2010

A beleza da aproximação...

" Fiquei extremamente surpresa quando, no desejo voraz de ler tudo quanto surgia à minha frente, fui presenteada com um exemplar de O pequeno príncipe. Li e reli muitas vezes e confesso que hoje ainda retorno à leitura desse livro para evocar sentimentos e perserpções que muitas vezes se deixamos de lado. Vivamente me vem à memória uma parábola em que o príncipe se encontra com uma raposa. O diálogo entre eles indica maneiras pelas quais podemos reencantar a vida:
_ Você quer me cativar? - disse a raposa ao príncipe.
_ O que é isso? - perguntou o menino.
_ Cativar é assim: eu me assento aqui, você se assenta lá, bem longe. Amanhã a gente se assenta mais perto. E assim, aos poucos, cada vez mais perto...
O tempo passou, o principezinho cativou a raposa e chegou a hora da partida.
_ Eu vou chorar disse a raposa.
_ Não é a minha culpa- desculpou-se a criança-, eu lhe disse, eu não queria cativá-la... Não valeu a pena. Você percebe? Agora vai chorar...
_ Valeu a pena, sim- respondeu a raposa- quer saber por que? Sou uma raposa. Não como trigo. Só como galinhas. O trigo não significa nada para mim. Mais você me cativou. Seu cabelo é louro. E agora, na sua ausência, quando o vento fizer balançar o campo de trigo, eu ficarei feliz, pensando em você...
Formidável, aquilo que anteriormente não tinha nem um sentido tornou-se grávido de sentido. Aquilo que era vazio foi preenchido, ganhou recheio de esperança e de alegria.
Tudo tem seu início- talvez mágico início- quando começamos a nos assentar mais próximos uns dos outros; quando aproximamos nossos mundos antes guardados a sete chaves e abrimos vias de comunicação.
Assentamos juntos não para dominar e muito menos para colonizar o mundo daquele que se encontra ao lado. Pelo contrário, a proximidade tem a função de reencantar a nossa vida a partir da beleza da vida dos outros.
Quando estamos encantados e cativados, mesmo a triste ausência, funciona como um poderoso medicamento que nos leva a pensar que a vida somente tem sentido quando nos aproximamos uns dos outros."
"Ganhei o livro e o DVD de meu filho João Paulo".


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